Hugo Wolff é um bacharel em ciências navais que tomava baldes de um líquido escuro, pelando e adoçado, para estudar. Até que resolveu empreender e voltou-se à fazenda do pai em Ibiraci, Minas. Ali havia café e, de lá para cá, o lugar deixou de produzir grãos genéricos e se transformou numa lavoura de excelência. Assim como tantas outras, a maioria desconhecidas, país afora.
Diante disso, ele criou a Wolff Café e tornou-se um descobridor e curador de cafés especiais. “O Brasil precisa valorizar o pequeno produtor que não sabe a maravilha que faz e não só desenvolver o mercado consumidor”, defende.
De lá para cá, Wolff já trabalhou com dezenas de agricultores, de vilarejos como Espera Feliz e Pedra Menina, no Espírito Santo, com cafés de surpreendentes notas de flor de maracujá, ou de São Gotardo, no Cerrado mineiro, com adocicado toque de tâmaras.
Grãos mais que especiais que, depois de torrados por ele, passam a ser vendido pelo o que realmente valem, por todo o processo e pela excelência do produto.
Pequeno produtor e o seu cafezal em Catolés, na Bahia
Wolff é um dos pioneiros de uma nova geração cafeicultora que entende que não é preciso plantar para ter o mesmo retorno financeiro e que isso garante não apenas uma bebida superior, mas uma melhor interação com a cadeia produtiva e tudo o que está ao seu redor. “As safras jamais se repetem. E quando entendemos isso, vemos o valor e a raridade que é cada bom café que tomamos. Comparado ao vinho, muito café torrado e moído de supermercado é Sangue de Boi. A qualidade é a mesma. Nós podemos tomar cafés melhores.”