O pessoal do norte do país sabe, desde sempre, da tremedeira que o jambu causa quando colocamos as folhas ou bebidas com elas infusionadas na boca. Ah, como é famosa a cachacinha com jambu, especialmente em Belém e em Manaus.
O resto do país, no entanto, sentiu a língua formigar não faz muito tempo. Primeiro, surgiram os produtos amazônicos, a partir do trabalho de introdução no Brasil e no mundo afora do saudoso mestre Paulo Martins e depois pelas mãos do seu mais orgulhoso discípulo, o Alex Atala. Foi ele quem levou o espanhol Ferran Adrià, no auge da badalação, para conhecer o trabalho do Paulo. Diante do jambu, ficou louco: “É eletricidade vegetal!”, definiu.
Bastaram os chefs festejarem o produto e não demorou para, por exemplo, chegar até em versões mais ousadas do Moscow Mule. O drinque com vodca, suco de limão e xarope de açúcar sob uma espuma de gengibre virou modinha e,claro, ganhou invencionices.
É na espuma que surge a folha do treme-treme, responsável por conferir uma onda toda especial para a bebida.
O efeito jambu, no entanto, é genial, não se discute. Mas há ressalvas para usar o produto: é preciso ter acesso a matéria-prima, que não é exatamente fácil de encontrar. Também convém saber aplicá-la. Isto é, na proporção correta, para a boca não ficar mole demais.
Para não pensar em nada disso, a Manioca, empresa da Joanna Martins, chef e filha do Paulo Martins, desenvolveu o supimpa licor com a flor de jamburana. Ele é uma gostosura só, dá uma ondinha bacana e é superversátil.
A bebida é feita à base de cachaça, mel e a florzinha em infusão. Pode ser tomada pura no cálice, fresca ou gelada. E também num copo de uísque, on the rocks, se preferir. Mais ainda: é um ingrediente e tanto para drinques como o gim-tônica e até para incrementar uma caipirinha. Nesse caso, melhor evitar o açúcar na receita.
Do copo ao prato, o licor com a flor de jamburana pode ser adicionado a receitas doces e salgadas, como manda a tradição paraense. É sempre bom lembrar que os indefectíveis Tacacá e o Pato no Tucupi contam com jambu entre os ingrediente de preparo.
A intenção é sempre causar surpresa, fazer os lábios pinicarem, causar, digamos, uma textura a mais.
O licor com a flor de jamburana vem de Marituba, município da Região Metropolitana de Belém. Lá a bebidinha é famosa que só e a Joanna, de acordo com a missão da Manioca de Levar a todas as pessoas os ingredientes da amazônia de forma inovadora, natural, num comércio justo que gere desenvolvimento sustentável para região, traz o produto para gente.
Banana flambada
Ingredientes
- 2 bananas pratas
- ½ colher de sopa de manteiga
- 1 dose de licor de jamburana
Preparo
• Corte as bananas ao meio no sentido do comprimento
• Em uma frigideira coloque a manteiga e frite as bananas até que estejam douradas dos 2 lados
• Coloque o licor e flambe
• Para servir, retire as bananas da frigideira e coloque no prato
• Acrescente a calda em cima da banana e decore como quiser